quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Caminhando pela Vida

Cor do textoSeis passos no compasso da dor
Pessimismo é ver o mundo como ele é
Dissolver a ilusão na água cristalina da realidade
Trabalhar os sentidos em perfeita simetria
Deixar a boca cantarolar o que os olhos, sempre atentos, enxergam
Fazer com que a impressão seja racionalizada sem censura
Pela máquina criativa e misteriosa que é o nosso cérebro
Absorver odores, sabores, amores...
Sentindo e saboreando a doçura do amor
Medo, felicidade, serenidade, tristeza e insanidade
Sensações que vagam em meu ser
Como um trem em uma manhã de primavera
Seguindo os trilhos de minha imaginação
Com destino ao incógnito.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Amor

A pessoa que ama passa a portar um grande egoísmo. Sem ao menos perceber, a pessoa amada deve atender a seus anseios, caso contrário o sofrimento lhe invade o espírito. Apenas um sorriso para elevá-la as alturas. E um ar de indiferença para despencar de uma altura ainda maior. Junte o amor, o egoísmo e o remoto, amores imperfeitos. O cúpido que discretamente suicidou-se. Corações acostumados a bater mais forte para o distante e para o mistério. Seria como amar a lua, o sol e a linha do horizonte, a beleza é tão grandiosa que se apaixonamos e nos tornamos devotos solenes ante essa perfeição. Não conseguimos tocar nem ao menos sentir o sabor dessa culminância, mas não hesitamos em admirar, absortos e sedados. Amar o tangível. Amar o perfume da rosa. Eis o amor, as faces e a distante diferença.

...

Será que você irá me distrair ao ponto de me curar deste alcoolismo?
Livre-me desta nervosa ansiedade
Sinto-me a um passo desse abismo
Meu rosto desapareceu desta cidade

Meus olhos estão aos poucos se fechando
Será o fim prematuro?
Terei vivido tudo que poderia?
Ou desprezei boa parte do tempo?
São inúmeras dúvidas que me sinto cercado
Quantas sensações você sentirá até o fim de sua vida?
Irá vegetar boa parte dela ou irá suportar sem sedativos?
Somos parasitas de uma sociedade que para cada cura cria uma nova doença
Onde criamos hierarquias e padrões para uma incógnita que perfura nosso peito
A vida!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Quando ela adormece

O amor explode em meu peito
A noite entorpece
E ela lentamente entrega-se ao sono
Admiro sua beleza
Absorto em pensamentos
Seus cabelos encaracolados
Fazem-me se perder em fantasia
Os lábios lisérgicos
Trazem-me o delírio da paixão
E seus olhos fechados
Escondem uma incandescência mágica.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Distante como o sol
Em dias nublados
Ausente como os seus olhos
Quando estão fechados

Respiro fundo!
Sinto algo envolver meu coração
Sensação que só sente quem ama
Tento adormecer
Mas os gritos de minha alma atormentam-me

A velha compulsão ousa ressuscitar
Espanto-a com algumas poesias
O dia amanhecer!
Sigo aflito
Lembrando da perfeição
E por um instante
Atrevendo-me a questioná-la.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Deus?

Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males?
Por que razão é que não os impede?

Epicuro de Samos

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

*

Espero a noite cair
E deixo o amor me levantar
O sol, a lua....
Meus lábios, os seus...
Eis a diferença
Meu ceticismo, a sua crença!
Seu sorriso, minhas lágrimas
Você é o sol
Sou a chuva
Misterioso paradoxo!
Arco-íris do amor.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sigo

Tento voar alto
Sem medo de cair no obscuro
Deixo o coração disparar
Ignorando o receio da explosão
Digo que a amo
Não esperando aplausos generalizados
Embriago-me de entusiasmo
Tentando libertar-me da prisão de minhas crenças
Sigo mascando e cuspindo dogmas
Para não causarem-me náuseas
Sigo amando
Sigo, muitas vezes, não sendo entendido
Sigo na paranóia de minha existência
Sigo feliz
Outrora triste
Mutação sentimental!
Sigo o sol
Mas apaixono-me pela lua
Sigo o caminho
Caminho seguindo
Já posso ver bem distante
Sinais ofuscantes!
O infinito que me espera de braços abertos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Magia e Perfeição

Seu amor move pensamentos insanos em minha mente
Deparo-me inerte!
No terno anseio de embriagar-me na fonte dessa afeição
O impossível é apenas uma palavra vaga
Quando estou em seus braços
Magia e perfeição!
A luz de seu ávido olhar
Conduz - me até seus lábios
Um beijo!
E estamos sós no mundo
Absortos no desejo que nos move
Meu coração descontrolado
Faz emergir o que sinto
Você é meu lar
Minha intimidade
Sinceramente, você é a minha virtude.

Eterna Dúvida

Para onde vão os mortos?
Se o paraíso é incerto
O que será certo?
Dizem que o céu é o limite
E abriga “almas puras”
Então a “cidade divina” deve ser pacata
Fazendo o inferno transbordar de almas pervertidas
Que dançam em ritmo quente!
A incógnita perdura
Para onde vão os mortos?
Somos incapazes de saber
Pois estamos vivos
E caminhamos a passos lentos
Ou, até mesmo, em disparada
Para a morte
Que nos espera pacientemente em sua cadeira de balanço.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Devaneios

Sou o filho bastardo do mundo
Nasci em uma gélida noite de inverno
A lua cheia fascinava
E as estrelas faziam verter lágrimas
Dos olhos de pobres corações solitários
Amamentei-me com voracidade
Nos seios da insanidade
Aprendi na insistência de meus erros
Tentei envelhecer
E dar uma forte tragada no conformismo
Mas a dúvida partiu meu ser ao meio
Transformando-me em uma eterna criança
Que muda de direção como o vento
E adora se divertir com um brinquedo misterioso
Chamado vida.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sobre a Vida

“Tu, que não és senhor do teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível! Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer”.

Epicuro de Samos – Filósofo Grego (341-270 a.C.)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Noite Sem Lua

À noite trás o afronte
Um belo contato com o infinito
Onde tu se escondes bela lua?
Para onde partiram as estrelas?
A noite perdura
Só resta a escuridão
Minha alma aflita
E meu coração entorpecido de amor

Almejo a luz de seus olhos
Para irromper a escuridão
Seus beijos quentes
Para aniquilar o frio da solidão
O suave sussurrar de sua voz
Para quebrar o silencio suspenso no ar.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

L de Love

Perfeita simetria que hipnotiza-me
Traços, abraços e sabores
Sinto minha alma ser invadida
Por um misto de paz, amor e alegria
Sublime união
Trazendo-me a entorpecente felicidade

Sorriso que me cativa
Como o sol poente
Ao fim de uma tarde de outono
Olhos que me envolvem
Fazendo – me se sentir uma estrela cadente
Que caiu na paz de seus braços
No doce anseio de realizar seus sonhos.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Uma Temporada no Infinito

Noite passada o vento soprava forte
Tive que amarar minha imaginação
Para ela não sair voando para o incógnito
Cansado de sonhos e levitações
Adormeci!
Na ânsia de não mais acordar
Inerte em um sono profundo e eterno
Regido pela ausência total dos sentidos
Cansado da existência
Ou da mera sobrevivência
Solicitei um tempo ao Senhor do tempo
Uma temporada no infinito
Contato hermético
A magnificência da simplicidade de apenas não ser.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Mais uma para Ela

Hoje o dia amanhece
Com um leve toque de poesia
A felicidade canta, dança...
E convida-me a desfrutar o seu sabor
Sinto o perfume da perfeição
Suspenso no ar
Anunciando a sua chegada
O que era belo torna-se sublime
Sinais ofuscantes oscilam, balançam, cintilam...
Todos os dias você aparece nos meus olhos atentos
Conduzindo –me até a terra dos sonhos.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Apenas um Fantasma

Há dias em que sou para você
Um pobre fantasma
Aquele que vaga
Pelo seu coração vago
Apenas um corpo transparente
Que passa despercebido ante seu olhar
Nesses dias em que não existo
Quase desisto
Mas meu coração persiste
E luta veementemente para lhe impressionar.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Redenção

Lembro-me das noites silenciosas
Dos gritos de desespero
Da insanidade que vertia em meu peito
Movendo-me na busca de sonhos mortos
Seria vertigem ou obsessão?

Hoje já posso ver o sol
Que outrora escondia-se atrás de delirantes nuvens escuras
Aqueço meu coração
E aprisiono minha compulsão


Agora o tempo está ao meu lado
E você também
Já tenho chão para cair
Sou movido a amor
E você é a minha fonte insaciável.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Coração Noturno

Amanhece o dia...
Num leve toque de poesia
Com a certeza que essa luz que se derrama
Nos traga um pouco, um pouco
Um pouco de alegria...

A frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração
Coração que bate
Quatro por quatro
Sem lógica e sem, e sem nenhuma razão...

Bom dia sol...
Bom dia
Dia...

Olha a fonte
Olha os montes, horizonte
Olha a luz que chove lá e guia
A lua se oferece ao dia, e eu...
Eu guardo cada pedacinho de mim pra mim mesmo
Rindo..., louco, mais louco
Louco de euforia

Bom dia sol
Bom dia
Dia...

Eu e coração
Companheiros do absurdo, no noturno, do soturno...
No entanto, entretanto
E portanto...

Bom dia sol....
Bom dia sol....
Bom dia sol.

Raul Santos Seixas

terça-feira, 10 de junho de 2008

Quando Estou Só

O vento rege uma épica sinfonia
A madrugada dança silenciosa e cálida em meu quarto
Não consigo fechar meus olhos
A insônia consome compulsivamente meu sono
Poesias distraem meu coração
Lembro-me da paz de seus abraços
Da euforia de seus beijos
E de seu olhar lascivo
Meu coração dispara
Como uma bala perdida no tempo
Longe de você sou uma estrela solitária perdida no espaço
Um simples palhaço
Que perdeu seu sorriso.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Mal Nenhum

Nunca viram ninguém triste?
Por que não me deixam em paz?
As guerras são tão tristes
E não tem nada demais

Me deixem, bicho acuado
Por um inimigo imaginário
Correndo atrás dos carros
Feito um cachorro otário

Me deixem, ataque equivocado
Por um falso alarme
Quebrando objetos inúteis
Como quem leva uma topada

Me deixem amolar e esmurrar
A faca cega, cega da paixão
E dar tiros a esmo e ferir
O mesmo cego coração

Não escondam suas crianças
Nem chamem o síndico
Nem chamem a polícia
Nem chamem o hospício, não

Eu não posso causar mal nenhum
A não ser a mim mesmo
A não ser a mim.

Cazuza / Lobão

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Para ela

Como o sol que se esconde no infinito
Em dias chuvosos
Desapareço
Quando não encontro o seu sorriso

Nas minhas poesias você é o amor
O sol que ao fim do dia mergulha no horizonte
A lua cheia que sublimemente entra em cena
Entorpecendo-me com a sua beleza

Ofereço-lhe palavras
Que são traduções do coração
Mergulho no lago dos sonhos
Submerso em desejo
Tentando encontrar o seu tímido olhar.

terça-feira, 13 de maio de 2008

?

Atrás das nuvens de seus segredos
Existe um sol que brilha
Um sorriso que encanta
E beijos que entorpecem

Seus cabelos envolvem meus desejos
E fazem-me flutuar, voar...
Perder-me no labirinto de sua beleza

Quando estou com você, sou seu
Quando estou perdido por aí
Nem sei ao certo quem sou.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Ela

Ela dança ao som do vento
Adormece ao luar
E desperta ao nascer do sol

Sublime miragem que agracia o deserto da minha alma
Sua voz embala o enredo do meu coração
E me entorpece os sentidos

Instinto, vertigem ou obsessão?
O que mais aflora em meu peito?
Linda mulher!
Quebre o gelo de minha solidão
E dai-me braseiros para o coração

Flutue comigo no jardim de minha inocência
Olhe no profundo oceano de meus olhos e sorria!
Pois seu sorriso é soberano
No céu de minha existência.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

\0/

"Somos crianças expostas ao processo do tempo"

Paulo Wolf

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Beleza Oculta

Quando a noite entorpece a cidade
Calmamente flutuo por suas ruas
Pelo caminho, boêmios, poetas ébrios, nostálgicos mendigos e eu
- Que sou uma junção desses mundos!
Sons do passado irrompem o silêncio
O velho Navio Fantasma
E o badalar de um nobre sino

Presságios dementes
Ecoam no Porto da Solidão
As pessoas dormem morbidamente sedadas
Inertes na ilusão!

Oh cidade portuária!
Que acolhe cansados corações forasteiros
Suas noites trazem à tona sentimentos inexplicáveis
Como as estrelas que necessitam da escuridão
Para nos hipnotizar com a sua sublime incandescência
Careço do silêncio da sua noite
Para envolver os gritos da minha alma.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Imaginação Consciente

Estão querendo censurar, até mesmo, a nossa imaginação
Mas creio que você saiba o que fazer
Deixe esse mundo sádico evaporar
E como uma criança que se diverte
Crie outro!

Esqueça a eternidade
O ciclo vital é prepotente
Essa é a sua chance
Flutue sobre nuvens carregadas
E toque as estrelas
Sinta!
A felicidade não está tão distante assim
Ela apenas oculta-se
Num manto de simplicidade e ingenuidade
Passando despercebida
Ante os pretensos olhos da humanidade.