terça-feira, 26 de agosto de 2008

Deus?

Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males?
Por que razão é que não os impede?

Epicuro de Samos

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

*

Espero a noite cair
E deixo o amor me levantar
O sol, a lua....
Meus lábios, os seus...
Eis a diferença
Meu ceticismo, a sua crença!
Seu sorriso, minhas lágrimas
Você é o sol
Sou a chuva
Misterioso paradoxo!
Arco-íris do amor.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sigo

Tento voar alto
Sem medo de cair no obscuro
Deixo o coração disparar
Ignorando o receio da explosão
Digo que a amo
Não esperando aplausos generalizados
Embriago-me de entusiasmo
Tentando libertar-me da prisão de minhas crenças
Sigo mascando e cuspindo dogmas
Para não causarem-me náuseas
Sigo amando
Sigo, muitas vezes, não sendo entendido
Sigo na paranóia de minha existência
Sigo feliz
Outrora triste
Mutação sentimental!
Sigo o sol
Mas apaixono-me pela lua
Sigo o caminho
Caminho seguindo
Já posso ver bem distante
Sinais ofuscantes!
O infinito que me espera de braços abertos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Magia e Perfeição

Seu amor move pensamentos insanos em minha mente
Deparo-me inerte!
No terno anseio de embriagar-me na fonte dessa afeição
O impossível é apenas uma palavra vaga
Quando estou em seus braços
Magia e perfeição!
A luz de seu ávido olhar
Conduz - me até seus lábios
Um beijo!
E estamos sós no mundo
Absortos no desejo que nos move
Meu coração descontrolado
Faz emergir o que sinto
Você é meu lar
Minha intimidade
Sinceramente, você é a minha virtude.

Eterna Dúvida

Para onde vão os mortos?
Se o paraíso é incerto
O que será certo?
Dizem que o céu é o limite
E abriga “almas puras”
Então a “cidade divina” deve ser pacata
Fazendo o inferno transbordar de almas pervertidas
Que dançam em ritmo quente!
A incógnita perdura
Para onde vão os mortos?
Somos incapazes de saber
Pois estamos vivos
E caminhamos a passos lentos
Ou, até mesmo, em disparada
Para a morte
Que nos espera pacientemente em sua cadeira de balanço.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Devaneios

Sou o filho bastardo do mundo
Nasci em uma gélida noite de inverno
A lua cheia fascinava
E as estrelas faziam verter lágrimas
Dos olhos de pobres corações solitários
Amamentei-me com voracidade
Nos seios da insanidade
Aprendi na insistência de meus erros
Tentei envelhecer
E dar uma forte tragada no conformismo
Mas a dúvida partiu meu ser ao meio
Transformando-me em uma eterna criança
Que muda de direção como o vento
E adora se divertir com um brinquedo misterioso
Chamado vida.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Sobre a Vida

“Tu, que não és senhor do teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível! Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer”.

Epicuro de Samos – Filósofo Grego (341-270 a.C.)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Noite Sem Lua

À noite trás o afronte
Um belo contato com o infinito
Onde tu se escondes bela lua?
Para onde partiram as estrelas?
A noite perdura
Só resta a escuridão
Minha alma aflita
E meu coração entorpecido de amor

Almejo a luz de seus olhos
Para irromper a escuridão
Seus beijos quentes
Para aniquilar o frio da solidão
O suave sussurrar de sua voz
Para quebrar o silencio suspenso no ar.